setembro 26, 2006

O futuro vem com etiqueta

A nossa vida está rodeada de etiquetas ultramodernas. São elas que accionam o alarme da porta das lojas quando um produto passa por ali, que permitem aos automobilistas atravessar portagens sem parar ou abrir as portas de segurança da empresa encostando um cartão a um sensor.
Em breve, essas etiquetas poderão fazer muito mais maravilhas: tomar conta das crianças, ajudar a encontrar cães e gatos perdidos, acabar com as filas nas caixas dos supermercados, descobrir segredos da natureza e fornecer todas as suas informações pessoais a empresas interessadas...
Para o bem e para o mal, parecem demasiadas promessas para uma tecnologia que, afinal, não passa de uma evolução natural do código de barras. Mas que evolução! As novas etiquetas, chamadas etiquetas de "identificação por frequência de rádio", ou RFID, na sigla em inglês, podem ser lidas a distâncias muito maiores, identificam vários objectos ao mesmo tempo e podem guardar mais dados sobre cada um. São, em essência, um chip, com uma antena, mas isso é suficiente para revolucionar o mundo.
Muitas são as possiveis aplicações revolucionárias da tecnologia RFID, podendo ser usadas, por exemplo, como um bom aliado num dos maiores desafios ambientais: a gestão do lixo. Esta tecnologia pode ser usada para avisar que uma peça reciclável (ou perigosa) foi colocada junto com o lixo comum e vice-versa, facilitando o desenvolvimento de programas de incentivo à reciclagem. Por outro lado, podem levar à denúncia e punição de quem não colabora e mistura lixo reciclável (ou perigoso) com o restante. Um primeiro teste deste tipo de controlo está a ser feito pela empresa japonesa Kureha, em parceria com a IBM, e usa etiquetas RFID para rastrear os mais perigosos resíduos hospitalares.
Um outro exemplo de aplicação já começou a ser usado por investigadores da Universidade da Califórnia em Berkeley (Estados Unidos) , que implementaram em sequóias etiquetas RFID com sensores de humidade, temperatura, iluminação e pressão atmosférica. A ideia é avaliar as condições ideais de crescimento das árvores e melhorar os projectos de conservação. Se o custo das etiquetas baixar, será possivel monitorizar cada metro quadrado de uma floresta e identificar os autores da desflorestação.

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